Uma pesquisa realizada nos EUA pela empresa americana Visier, especializada em soluções tecnológicas para recursos humanos, apontou que 8 a cada 10 trabalhadores (80%) admitem que realizam tarefas pouco eficientes, em vez de se dedicar a resultados significativos.
Então, o levantamento consultou mil trabalhadores em tempo integral – presencial, híbrido e home office – em fevereiro de 2023. Portanto, concluiu que muitos funcionários fingem que estão trabalhando para evitar demissão, adquirirem reconhecimento profissional dos seus gestores ou escapar de mais trabalho.
Performance
Segundo especialistas, isso acontece em um cenário cada vez mais competitivo, em que trabalhadores sentem que não podem aparecer sem estar entregando em alta performance. Ao longo de uma semana média de trabalho, 22% dos entrevistados disseram gastar quase metade do tempo de trabalho (20 horas) em funções que não contribuem de verdade para a companhia..
Para Alex Araujo, gestor e CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional – líder no segmento de saúde e segurança do trabalho, a situação é crítica e revela a falta de apoio e empatia dentro das grandes empresas. “Hoje, mesmo com a mudança na forma de trabalhar no pós- pandemia e com o aumento da preocupação com a saúde mental dos colaboradores, muitos gestores ainda se prendem a concepções arcaicas que utilizam do terror e da competitividade, para o alcance das metas, impactando diretamente na forma de trabalho”, diz.
O levantamento ainda expôs que entre os principais motivos para fingir que trabalham, 64% citam que é importante para o sucesso profissional. Além disso, 41% afirmam que querem parecer mais valiosos para a empresa. Por exemplo, mexer na tela do computador só para não entrar no modo descanso e responder a e-mails que não exigem uma ação imediata são considerados comportamentos performáticos pela pesquisa.
80% realizam tarefas pouco eficientes no horário de trabalho
Ademais, funcionários que trabalham nos modelos presenciais e híbridos foram os que mais se sentiram vigiados por suas chefias, induzindo-os a se mostrarem mais ocupados. Araujo complementa que hoje, líderes e gestores precisam delegar tarefas e cobrar resultados de uma forma que impacte o colaborador de forma positiva. “É preciso entender que quando falamos de uma equipe, estamos falando de pessoas. E trabalhar com pessoas é entender que uma nunca é igual a outra, e que todos estamos passando por algum momento delicado na vida”.
Por fim, o empresário ainda explica que temos o hábito de valorizar pessoas muito mais agitadas e que estão se comunicando, parecendo que estão trabalhando, em vez de olhar para as entregas em si. “É uma dinâmica que precisa ser repensada em prol da saúde mental de colaboradores que realizam o seu trabalho de forma correta. Entender a personalidade de cada um e quais cobranças impulsionam o crescimento profissional, é um bom começo”, finaliza.
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