Fabiano E.

Como lidar com a violência contra a mulher no trabalho?

Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência. Foto: Divulgação

Como lidar com a violência contra a mulher no trabalho? Bia Nóbrega explica como as empresas devem agir para prevenir e realizar o acolhimento quando de agressões relacionadas a gênero

Agosto é conhecido como o Mês de Combate à Violência Contra a Mulher e se torna um momento de bastante debate sobre o tema. Porém, vale ressaltar que o ano todo traz desafios relacionados à equidade de gênero e diferentes tipos de agressão, da psicológica à física.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, através da Convenção de Belém do Pará, define a violência contra a mulher como qualquer conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto no âmbito público quanto no privado. 

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Índices preocupantes

De acordo com Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência, esta violência permeia todos os setores da sociedade, independentemente de classe, raça, etnia, renda, cultura, nível educacional, idade ou religião, e sua erradicação é essencial para o desenvolvimento individual e social das mulheres, bem como para sua plena e igualitária participação em todas as esferas da vida, em respeito aos direitos humanos consagrados nas declarações americana e universal. “No Brasil, em 2022, os índices alarmantes de violência doméstica contra mulheres destacam a gravidade do problema. A percepção da população sobre o aumento da violência contra a mulher caiu de 73% em 2021 para 65% em 2023”, conta. 

Embora o foco muitas vezes esteja na violência doméstica, é igualmente importante abordar como essa questão se manifesta no ambiente de trabalho. Sendo assim, como as empresas podem agir para proteger suas colaboradoras. “Quando levamos a discussão para o escritório, as empresas têm um papel fundamental em criar canais de confiança para que as mulheres possam relatar qualquer tipo de violência, seja ela ocorrida em casa ou no trabalho”, completa a especialista. 

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Como lidar com a violência contra a mulher no trabalho?

Ela explica que o primeiro passo para uma corporação é garantir que seu código de ética e conduta inclua diretrizes claras sobre o tratamento adequado e o repúdio a qualquer forma de violência. Além disso, é essencial criar canais confidenciais para que as mulheres possam relatar casos de violência com segurança. Bia destaca ainda a importância de sensibilizar todos os colaboradores, especialmente os gestores, sobre a gravidade desse problema e a necessidade de promover um ambiente de trabalho seguro e inclusivo.

“Neste cenário, falamos não apenas da violência física, mas de todos os tipos de violência, incluindo a psicológica, que muitas vezes passa despercebida. A violência psicológica pode se manifestar através de rejeição, depreciação, discriminação e humilhações, afetando profundamente a autoestima e a saúde mental da vítima”, alerta. 

Empresas podem e devem atuar de forma preventiva, oferecendo treinamentos e palestras sobre diversidade e legislação, criando rodas de conversa com profissionais de saúde mental exclusivamente para mulheres e disponibilizando suporte jurídico e psicológico para as vítimas.

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Atuações que funcionam

Nos últimos anos, iniciativas como a Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas têm mostrado que o setor privado pode ser um aliado poderoso nessa luta. Empresas como o Bradesco têm se destacado por suas ações proativas, como a criação de uma linha exclusiva para amparo de colaboradoras em situações de violência. Assim como trilhas de conhecimento sobre o tema e a implementação de respostas em sua Inteligência Artificial para combater o assédio.

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“Identificar sinais de violência nem sempre é fácil, mas mudanças de comportamento, humor e produtividade podem ser indicadores de que algo está errado. É fundamental que gestores e colegas se aproximem com empatia e ofereçam suporte”, pontua. Ao receber uma denúncia, a empresa deve agir com sensibilidade, garantindo sigilo e oferecendo orientação jurídica e psicológica.

A violência contra a mulher é um problema estrutural que exige a responsabilidade de todos, inclusive das instituições. “Apenas com a união de esforços e a criação de um ambiente seguro e acolhedor poderemos avançar na luta contra esse problema”, conclui.

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Sobre Bia Nóbrega

Bia Nóbrega, autora deste artigo “Como lidar com a violência contra a mulher no trabalho?“, com mais de 25 anos de experiência como Executiva de Gente & Cultura e reconhecida como LinkedIn Top Leadership Voice, é uma especialista dedicada ao Desenvolvimento Humano e Organizacional. Sua trajetória profissional é marcada por liderar equipes em variados setores e empresas de diferentes tamanhos, além de conduzir projetos internacionais e enfrentar desafios complexos. A partir de 2019, Bia expandiu seu campo de atuação para incluir Experiência do Cliente, Excelência e Governança, utilizando Metodologias Ágeis para promover um crescimento sustentável.

Atuando também como palestrante, mentora, conselheira, embaixadora de soluções inovadoras, escritora e professora, Bia tem impactado inúmeras empresas e indivíduos. Sendo assim, fornecendo orientações valiosas em temas como Liderança, Governança e Desenvolvimento Pessoal, sempre enfatizando o potencial ilimitado do ser humano.

Ademais informações, acesse https://www.linkedin.com/in/beatrizcaranobrega ou pelo site www.bianobrega.com.br.

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