Desenvolvendo habilidades tech em pessoas não-tech

Desenvolvendo habilidades tech em pessoas não-tech. Foto de Desola Lanre-Ologun on Unsplash

A era das digital skills: desenvolvendo habilidades tech em profissionais que não são de tecnologia; Texto de Adriano Almeida, líder da Alura Para Empresas

Atualmente, não há como negar que o bom profissional é aquele que se adapta às transformações do mercado e adquire novos conhecimentos conforme as demandas do contexto. Não à toa, uma pesquisa da Gartner confirma que essa não é apenas uma estratégia de competitividade das empresas, mas uma necessidade: 58% das pessoas acreditam que precisam desenvolver novas habilidades para desempenhar seu trabalho, sendo que 33% das competências requeridas em vagas de emprego no ano de 2017, em Tecnologia da Informação (TI), Finanças e Vendas, já estão ultrapassadas.

Antes falávamos em carreiras em tecnologia. Hoje, falamos em tecnologia sendo aplicada em todas as carreiras. Mas a própria tecnologia vem se transformando também. Diante dessa mudança do mercado, o desenvolvimento, seja a nível individual ou corporativo, precisa ser continuamente aprimorado. Chamamos isso de capacitação em Digital Skills, ou seja, desenvolvimento de habilidades tecnológicas essenciais ao exercício das nossas carreiras. E isso, já deixou de ser requisito apenas no setor tech. Quantas profissões já não exigem conhecimento de plataformas e ferramentas digitais nas rotinas de trabalho?

Só para termos uma mostra desse cenário, a Ark Invest aponta que as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) podem aumentar em quase 140% a produtividade das pessoas colaboradoras nos próximos 8 anos. Em termos financeiros, isso equivale a um aumento de, aproximadamente, US$ 50 mil por pessoa trabalhadora, resultando em US$ 56 trilhões em todo o mundo! 

Ou seja, do lado das empresas que querem se manter competitivas, é preciso formar times que saibam utilizar a tecnologia a favor das estratégias do negócio. Do lado dos profissionais que querem impulsionar suas carreiras, adquirir esses conhecimentos é o caminho para a inserção e crescimento em um mercado em constante volatilidade e inovação. 

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Quais são os principais benefícios em desenvolver Digital Skills?

Na prática, as competências digitais ajudam as equipes a lidar com a presença tecnológica em qualquer âmbito do ambiente de trabalho. Estamos falando do aprendizado na alfabetização em dados, automação e ferramentas de produtividade, noções básicas de programação, compreensão da rede em nuvem, segurança da informação, design thinking, dentre outros.

Priorizando o desenvolvimento nesses assuntos, o céu é o limite para as organizações. Times com essas capacitações podem otimizar o tempo de tarefas e aumentar a qualidade do trabalho, explorar o potencial interativo dos dispositivos eletrônicos, elevar o ritmo de criatividade e inovação, estabelecer uma gestão da identidade digital da empresa e, acima de tudo, subir o nível de eficiência. 

Inclusive, algumas marcas já perceberam o potencial de investir na educação em Digital Skills. No Brasil, por exemplo, a Suzano estruturou um projeto para que os colaboradores desenvolvessem conhecimentos em Machine Learning e Power BI. E o resultado financeiro dessa ação foi surpreendente: estima-se que os treinamentos auxiliaram na otimização de vários processos da empresa, alcançando um retorno de R$ 3 milhões no ano.

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Como capacitar as equipes em competências digitais?

Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas na missão de educar profissionais em tech é a resistência às mudanças. Nem todos vão possuir conhecimentos tecnológicos, e mesmo aqueles que possuem podem estar em diferentes níveis. Por isso, as companhias devem olhar para cada uma dessas necessidades e pensar em trilhas de desenvolvimento específicas.

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Começar pelo ensinamento básico, que se conecta às atividades do dia a dia, é um ótimo ponto de partida. Por exemplo, analisar dados através de Excel ou trabalhar com ferramentas de IA já são habilidades extremamente úteis e demonstram para as equipes o valor do aprendizado.

Obviamente, o papel das lideranças também é primordial nesse processo de conscientização e transformação. Criar uma cultura digital depende das referências que os profissionais experientes e em cargos de gestão, especialmente os líderes da área de TI, oferecem aos seus liderados.

Ainda vale destacar que nenhum setor pode ficar de fora desse movimento. O fenômeno do ChatGPT é a prova de que as ferramentas digitais são relevantes para o mercado com um todo, desde o segmento de Marketing até Recursos Humanos (RH). Essa é uma revolução de todas as pessoas, que resulta na implementação de uma nova categoria de cultura organizacional. 

Portanto, a tendência é que as empresas que não investem na educação em tecnologia fiquem para trás. A inovação e formação de um diferencial competitivo depende dessas habilidades, principalmente no que se refere aos profissionais não-tech.

*Adriano Almeida é líder da Alura Para Empresas, unidade de negócios da Alura, maior ecossistema de aprendizado em tecnologia do Brasil, que apoia e impulsiona organizações com soluções de desenvolvimento de pessoas em tecnologia.

Adriano Almeida, líder da Alura Para Empresas. Foto: Divulgação
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