Influência das redes sociais na saúde mental e na produtividade

A influência das redes sociais na saúde mental e na produtividade. Foto de William Hook on Unsplash

Influência das redes sociais na saúde mental e na produtividade: Por Fátima Macedo, psicóloga especializada em Saúde Ocupacional e Terapia Cognitivo-Comportamental e CEO da Mental Clean

A todo momento, damos aquela olhada no Instagram para ver o que os amigos estão fazendo. Uma leitura rápida de um texto sobre política no Facebook, um like numa nova dança no TikTok. No WhatsApp, amigos enviam figurinhas engraçadas, enquanto grupos corporativos discutem atividades e reuniões. Isso acontece antes, durante e depois do trabalho. Atenção: sua saúde mental está sendo afetada por tantos estímulos, o que pode prejudicar seu desempenho profissional.

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Uso das redes sociais no mundo

O Brasil é o 3º país que mais utiliza redes sociais no mundo, média de 3 horas e 42 minutos por dia. Ao considerar todos os países, o Brasil fica atrás somente das Filipinas e Colômbia, que gastam em média 4 horas e 15 minutos e 3 horas e 45 minutos, respectivamente. Esses dados foram revelados por um estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br, que compilou informações da Hootsuite e WeAreSocial sobre o uso global de redes sociais. Também estamos acima da média no percentual da população que usa redes sociais: 70% dos brasileiros, o que representa mais de 150 milhões de usuários. Globalmente, mais de 4 bilhões de pessoas, ou 53,6% da população, utilizam redes sociais.

Aliás, inegável a importância das redes sociais para entretenimento, comunicação e trabalho. Seu impacto na saúde mental também é claro e vem sendo cada vez mais estudado. Estudo realizado pela Royal Society for Public Health (RSPH) do Reino Unido, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, apontou que as redes sociais mais usadas provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde humana, dependendo de como são utilizadas. Além disso, são descritas como mais viciantes do que cigarros e álcool.

Desempenho Profissional afetado pelo abuso no uso de redes sociais

Este novo universo de comunicação pode afetar o desempenho profissional de várias formas. Primeiramente, gerando falta de foco e concentração. O vício em se manter conectado a diversas redes ao mesmo tempo já tem um nome: FOMO, sigla da expressão em inglês “fear of missing out” (tradução livre: “medo de ficar por fora”). Como todo vício, a necessidade constante de saber o que está acontecendo nas redes tira a concentração e o foco do trabalho. Portanto, atrapalha o raciocínio e reduz a produtividade, resultando em atrasos dos prazos de entrega e distrações que até mesmo causam riscos à segurança, como usar o celular enquanto dirige.

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Influência das redes sociais

Assim, é certo que outro efeito do uso abusivo das redes sociais seja a ansiedade. A impressão de que a vida dos outros é mais interessante, completa, colorida e importante que a sua própria, e a rapidez com que imagens e textos se sucedem, dão uma sensação de impotência — ao mesmo tempo que um post de sucesso pode causar euforia instantânea. Dessa forma, são muitos altos e baixos ao alcance de um toque de celular.

O excesso de notícias negativas e comentários desagradáveis são estímulos constantes que afetam o humor e a sensação de segurança. Ao mesmo tempo, as redes sociais exercem pressão por otimismo, sucesso, consumismo e por uma perfeição impossível de alcançar. Então, essa incoerência é um gatilho certo para casos de depressão.

Os aplicativos de compartilhamento de fotos são especialmente prejudiciais à autoimagem, criando uma realidade falsa de vida perfeita através de edições dos melhores momentos de vidas comuns. Aliás, o próprio Instagram, sabendo que 70% dos jovens revelaram que o aplicativo os fez se sentir piores em relação à própria autoimagem — um número que sobe para 90% entre as mulheres — alterou a visualização do número de curtidas em 2022.

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Os prejuízos intelectuais e profissionais não se limitam à distração

Toda essa carga de frustrações, desejos, raiva e medo vem à tona no dia a dia e pode ser descontada em colegas de trabalho, amigos ou família. Assim, o usuário ávido das redes sociais não descansa a mente e se torna uma pessoa angustiada. É fundamental que as empresas estejam atentas a esse cenário e promovam esse diálogo no ambiente de trabalho, criando espaços seguros para que os colaboradores possam compartilhar suas experiências e buscar ajuda quando necessário.

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Além disso, é preciso que as organizações estabeleçam um protocolo de utilização de celulares durante o trabalho, de forma saudável, favorecendo a todos sem que os trabalhadores percam o foco ou se sintam desconfortáveis e reprimidos. Sendo assim, líderes e gestores podem atuar como facilitadores nesse processo, identificando áreas de atenção que necessitam de ajustes, como o uso excessivo de grupos de trabalho no WhatsApp.

Dicas

Elaboramos algumas dicas que podem ajudar líderes e equipes a desenvolverem uma relação mais saudável com as redes sociais, protegendo assim sua saúde emocional:

  • Faça uma autocrítica sobre sua presença nas redes. Se achar que está prejudicando sua produtividade, faça um detox: desative as notificações do celular, escolha apenas uma rede para consultar durante o dia e faça isso em momentos de intervalo.
  • Mantenha o foco e deixe o celular de lado durante conversas, reuniões e outras interações. Olhe nos olhos de quem está falando, anote suas instruções à mão, ouça com atenção.
  • Informe-se sobre os limites de uso de redes sociais no seu trabalho. Você pode estar arriscando até sua demissão. Não ultrapasse esses limites.
  • Se sua empresa exige o uso de redes como o WhatsApp, discuta com sua equipe sobre limites, como a necessidade de conversas fora do horário de trabalho.
  • Evite responder a conversas que não estejam relacionadas ao trabalho.
  • Não use o e-mail corporativo para receber notificações de redes sociais.
  • Pratique atividades físicas. A endorfina pode trazer tanto prazer quanto um like!
  • Busque práticas de meditação e mindfulness.
  • Tente passar um tempo consigo mesmo sem precisar saber o que está acontecendo com os outros: leia um livro, assista a um programa, ouça música.
  • Descanse profundamente: desconecte-se de aparelhos eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir. Estabeleça uma rotina de sono que promova tranquilidade: tome um chá, leia um livro, tome um banho relaxante.

Desapegar-se das redes sociais também é autocuidado, é cuidar da sua saúde mental. Ao se desconectar por alguns minutos, você pode começar a enxergar um universo de possibilidades ao seu redor. Com o tempo, pode encontrar um equilíbrio para uma vida com mais bem-estar e harmonia.

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Mais sobre Fátima Macedo

Fátima Macedo é CEO e diretora geral da Mental Clean, psicóloga especializada em Psicologia da Saúde Ocupacional e Terapia Cognitivo-Comportamental. Com 19 anos dedicados à Consultoria de Saúde Mental no Trabalho, a Mental Clean destaca-se por sua equipe altamente qualificada, que desenvolve programas inovadores para promover o bem-estar e abordar desafios sociais. Empresas renomadas, como Magazine Luiza, Marisa, Renner, Metrô, Vale, Petrobras, L’Oréal, entre outras, já adotaram nossos programas e testemunharam resultados significativos.

Fátima Macedo, psicóloga especializada em Psicologia da Saúde Ocupacional e Terapia Cognitivo-Comportamental e CEO da Mental Clean. Foto: Divulgação

Mais sobre a Mental Clean

A Mental Clean atua desde 2004 com uma equipe altamente gabaritada, atendendo empresas públicas e privadas, com um trabalho especializado e diferenciado em prevenção e promoção da saúde mental e emocional do trabalhador, com programas de bem-estar, de enfrentamento de violência contra a mulher, entre outros. É pioneira no Brasil em psicologia aplicada à saúde do trabalhador.

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