44% das empresas que usam IA ou planejam usar até o fim de 2024, dizem que os funcionários serão demitidos devido ao uso da tecnologia, diz levantamento da Resume Builder
A palavra “layoff” está cada vez mais em alta no ambiente corporativo, e muitas pessoas acabam confundindo a palavra com o termo demissão em massa. Todos sabem que tanto a expressão como a palavra em inglês se relacionam a situações de redução de pessoal em uma empresa, mas diferem em sua natureza e propósito.
O layoff não é uma novidade no Brasil. Regulamentado em 2001, ganhou destaque em 2015, quando as montadoras de veículos usaram esse recurso para evitar demissões em massa. Voltou a ter destaque em março de 2020 durante a pandemia da COVID-19. Atualmente, pequenas e grandes startups de tecnologia utilizam esse recurso visando cortar gastos.
No último ano, mais de 250.000 trabalhadores em empresas de tecnologia de todos os tamanhos foram demitidos, conforme o rastreador de empregos Layoffs.fyi. O líder mundial em streaming de áudio, o Spotify, realizou um corte de 17% da força de trabalho e embora outros gigantes, como a Meta Platforms (META) e Google, também tenham feito milhares de cortes, empresas menores, de capital fechado, também enfrentam seus primeiros acerto de contas com uma desaceleração de pessoal.
Conforme o relatório da empresa Resume Builder, 37% das empresas ouvidas afirmaram ter substituído trabalhadores pela IA em 2023. Para este ano, 44% acreditam que a tecnologia causará demissões ou layoffs.
Qual é a diferença entre demissões em massa e layoff?
As demissões em massa referem-se à dispensa de um grande número de funcionários em um curto período de tempo. Normalmente, as demissões em massa ocorrem quando uma empresa enfrenta dificuldades financeiras significativas, reestruturação profunda ou encerramento de operações em uma determinada área. As demissões em massa podem ser permanentes e os funcionários são geralmente liberados de seus empregos sem expectativa de retorno.
Já o layoff se refere a medida temporária, com afastamento temporário dos funcionários. Aliás, geralmente devido a dificuldades econômicas passageiras enfrentadas pela empresa. Durante o período de layoff, os funcionários podem ser colocados em licença não remunerada, mas geralmente mantêm seus benefícios. Por exemplo, como plano de saúde, e têm a expectativa de retornar ao trabalho quando a situação da empresa melhorar.
Para o CEO da Advisor10X e especialista em tecnologia e negócios, Antonio Muniz, o layoff tem sido uma realidade em empresas de tecnologia devido à rápida evolução do mercado e à necessidade constante de adaptação. “Em um cenário onde a inovação é a chave para a competitividade, as empresas precisam constantemente reavaliar suas estratégias, o que pode resultar na reestruturação de equipes e na eliminação de funções redundantes. Para permanecerem relevantes e ágeis, as empresas de tecnologia muitas vezes optam por medidas drásticas, como o layoff, a fim de garantir sua sustentabilidade a longo prazo.”
5 Motivos
Muniz vem percebendo um aumento considerável nos layoff afetando profissionais de alto desempenho como diretores, gestores e supervisores. Para o especialista, essa ação vem acontecendo devido a cinco motivos, são eles:
1) Mudança na liderança: uma nova liderança traz consigo uma missão que pode envolver a reestruturação da organização e isso pode impactar diretamente os colaboradores atuais, podendo resultar em demissões durante o processo de reestruturação.
2) Fusões ou aquisições: a empresa que assume o controle geralmente dita as regras e determina os rumos, prevalecendo a estrutura da empresa maior. Isso acontece devido à empresa maior ou o comprador já possuir um sistema de recursos humanos eficiente, não há necessidade de manter redundâncias de cargos.
3) Mudança na estratégia da empresa: se a empresa percebe que uma determinada área não está mais gerando lucro, ela tomará medidas para alterar essa situação. Essas decisões são parte do dia a dia das empresas, que precisam avaliar constantemente a rentabilidade de seus produtos e serviços.
4) Reduções de custos durante crises financeiras: quando uma empresa percebe que seus resultados não estão satisfatórios, eventualmente precisará fazer ajustes, e demissões podem ser parte dessas medidas. Embora seja uma decisão difícil, às vezes é necessária para garantir a continuidade dos negócios. Empresas que não tomam ações para corrigir problemas financeiros podem acabar fechando as portas.
5) Automação e avanços tecnológicos: a automação está transformando o mercado de trabalho, eliminando diversas profissões, desde as que envolvem atividades físicas simples até as que demandam interações mais complexas. No entanto, a IA não tem o poder de fazer o que o líder humano realiza, integrando emoções, sentimentos, intuição e visão para desenvolver equipes e impulsionar o crescimento.
Incertezas
“Embora os profissionais de cargos elevados geralmente sejam altamente qualificados e experientes, eles não estão imunes aos desafios e às incertezas do ambiente de trabalho. O layoff pode afetar qualquer funcionário, independentemente do nível hierárquico, quando as circunstâncias econômicas, organizacionais ou tecnológicas assim o exigirem.” afirma o CEO da Agiletech.
É essencial que tanto os profissionais quanto as empresas estejam preparados para lidar com os desafios que o cenário atual impõe. O layoff, embora seja uma medida dolorosa, muitas vezes se torna inevitável diante das transformações constantes do mercado.
De acordo com Antonio, é fundamental que as empresas adotem uma abordagem ética e responsável ao implementar tais medidas, priorizando o apoio aos colaboradores afetados e buscando alternativas para minimizar o impacto em suas vidas profissionais e pessoais.
A adaptação e a resiliência tornam-se, assim, atributos indispensáveis para todos os envolvidos, permitindo que enfrentem os desafios com determinação e construam um futuro mais sólido e promissor.
Antonio Muniz
Professor MBA Executivo Agilidade, Tecnologia e Negócios da Anhanguera Educacional, Antonio é líder destacado no campo da tecnologia e negócios, atuando como CEO da Advisor10X AgileTech Services e oferecendo consultoria estratégica. Além disso, é autor e editor de livros sobre tecnologia e gestão, e fundador da Jornada Colaborativa. Como presidente do Comitê de Tecnologia em duas academias, ele promove o networking e o desenvolvimento profissional. Muniz é reconhecido por sua dedicação em conectar pessoas e ideias para impulsionar o sucesso mútuo. Ademais, acesse e confira linkedin.com/in/antoniomunizoficial.
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